terça-feira, 4 de setembro de 2012

Realitys Vorazes


Opah! Feriadão esta semana. Dia sete de setembro é um bom dia para ler o que escrevo aqui. Que acham? Podem ler antes também, é claro. Ajudem este blogueiro a disseminar ideias...
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Na semana passada assisti ao filme Jogos Vorazes. Uma pena que o DVD não tinha áudio em inglês e tive que assistir ao filme dublado, isso atrapalhou um pouco a percepção do filme, mesmo assim, pude tirar algumas conclusões. Entre elas, a de que eu preciso ler a série de livros. Começarei a ler a série em breve e postarei as resenhas por aqui. 

Por enquanto, explanarei não sobre o filme ou a trilogia literária de Jogos Vorazes. Na verdade, o que é mais interessante na história é exatamente a história. Entenderam? Eu explico...
A história é de um reality show. No “BBB” da ficção, 24 jogadores entram em uma arena e o único que sobreviver vence o jogo. Os participantes, chamados de tributos, podem usar o que quiserem para conseguir sobreviver, inclusive e, principalmente, matar os outros tributos. Os telespectadores assistem atentos ao desenrolar do reality e a produção do programa manipula os acontecimentos com o objetivo de conseguir audiência. 

O enredo de Jogos Vorazes traz, de maneira intrínseca, a crítica aos padrões da mídia de entretenimento atual. No jogo, os participantes não têm importância, não interessa se 23 pessoas morrerão, desde que proporcionem um belo show, está tudo certo.

Morte, exposição pública e domesticação humana. Isso se parece com alguns programas que temos hoje em dia? Com certeza! A morte no caso dos realitys da vida real pode se resumir na morte da dignidade, da morte pública do caráter ou da exposição e julgamento superficial das qualidades e defeitos de um participante.

O Big Brother Brasil em nosso país é o reality mais famoso, a Record tenta alcançar alguma repercussão com seu programa A Fazenda, mas passa longe da onipresença que o BBB ocupa no país todos os anos, inclusive com análises diárias de especialistas em divulgar futilidades, como Sônia Abrão.
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Assim como nos Jogos Vorazes, no BBB só pode haver um vencedor e vale fazer de tudo para vencer: mentir, manipular, traçar estratégias... Do outro lado da tela, mentes pensantes que ignoram a inteligência humana para acompanhar humanos enjaulados participando de um jogo voraz em busca de dinheiro. Quanto mais polêmica, briga e discussões, melhor.

Como em Jogos Vorazes, no BBB e em outros realitys, o que vale é a audiência. Imagino que um belo contrato de “Dane-se o que você pensa e acredita, o importante é nos proporcionar um belo show”, deve ser assinado antes de entrar no programa. A emissora que produz o jogo quer apenas audiência, patrocinadores, dinheiro. No fim das contas, o participante que mais agradar ao público vence e ganha os seus 15 minutos de fama e um milhão e meio de reais. 

Resta saber se o “vencedor” sobreviverá depois que os 15 minutos foram embora. A rapidez entre a súbita ascensão social e a volta ostracismo de um humano transformado em entretenimento vivo. Eis os Jogos Vorazes da vida real.

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